Ruy Coelho (1889-1986), compositor, nasceu em Alcácer do Sal, tendo iniciado os seus estudos musicais na filarmónica local. Aos quinze anos ingressou no Conservatório Nacional. Em 1909 partiu para Berlim, onde estudou com Engelbert Humperdinck, Max Bruch e Arnold Schoenberg. De regresso a Portugal, em 1913, apresentou duas obras com a colaboração de Teophilo Braga: a Symphonia Camoneana e a ópera Serão da Infanta. Continua a apresentar-se como pianista, estudando com Alexandre Rey Colaço, e inicia a sua carreira como maestro. Aproxima-se do grupo de jovens artistas da geração d’Orpheu, apresentando diversos bailados com Almada Negreiros e José Pacheko. Colaborou também com António Corrêa d’Oliveira, Affonso Lopes Vieira, Eugénio de Castro e Júlio Dantas, explorando a saudade e outros temas de carácter nacionalista como motes condutores da sua obra, e com isso ambicionando a criação de uma música intrinsecamente portuguesa. Dedicou à ópera grande parte da sua vida artística, tendo escrito mais de vinte títulos – dos quais se destaca Belkiss (1924), partitura premiada em Espanha –, e tendo sido um incansável defensor da reorganização do teatro lírico nacional e da criação de uma companhia de ópera portuguesa. A sua vasta obra permanece inédita na sua quase totalidade, tanto no que diz respeito a partituras como a registos discográficos.
Daniel Moreira, compositor, nasceu no Porto em 1983. É licenciado em Economia (Faculdade de Economia / Universidade do Porto), mestre em Composição e Teoria Musical (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo / Instituto Politécnico do Porto) e doutorando em Composição (King’s College / Universidade de Londres). Estudou com Dimitris Andrikopoulos, Fernando Lapa e George Benjamin. Participou ainda em seminários ou teve aulas ocasionais com Helmut Lachenmann, Klaas de Vries, Magnus Lindberg, Jonathan Harvey e Kaija Saariaho. Em 2009, foi Jovem Compositor em Residência na Casa da Música. Desde então, têm-lhe sido regularmente encomendadas novas obras (Casa da Música, Festival Musica Strasbourg, European Concert Hall Organisation, Chester&Novello, Banda Sinfónica Portuguesa, Antena2). É docente na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo desde 2009.
Joana Seara, soprano, estudou na Academia de Música de Santa Cecília, no Conservatório Nacional e na Guildhall School of Music and Drama, em Londres, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, da Wingate Foundation, do E. M. Behrens Charitable Trust e da Worshipful Company of Barbers. Recebeu um Sybil Tutton Award e o Worshipful Company of Glass Sellers Music Prize.
Tem interpretado inúmeros papéis de Monteverdi a Puccini, de Verdi a Francisco António de Almeida. Destacam-se Margery (The Dragon of Wantley) com a Akademie für Alte Musik Berlin, Damigella (Coronation of Poppea) com a English National Opera, Gretel (Hänsel und Gretel) e Despina (Così fan tutte), ambas para Opera Holland Park, Dorinda (Orlando) para a Independent Opera at Sadler’s Wells, Angelica (L’Angelica) com os Concerto Campestre e Susanna (Les Nozzes di Figaro) no Teatro Nacional de São Carlos. Outros papeis incluiem Zerlina (Don Giovanni) na Holanda, Inglaterra e Irlanda, e Galatea (Acis and Galatea) em França. Também no Teatro Nacional de São Carlos, foi Frasquita (Carmen), Tebaldo/Voce dal Cielo (Don Carlo), Flora (La Traviata) e Ines (Il Trovatore).
Joana trabalha regularmente nas produções dos Músicos do Tejo (dir. Marcos Magalhães). Também com este grupo, lançou dois projectos discográficos: La Spinalba (Naxos) e As Árias de Luísa Todi. Outra discografia incui 18th-Century Portuguese Love Songs (Hyperion) com L’Avventura London.
Joana tem-se apresentado na interpretação de grandes obras de oratória nos mais importantes palcos portugueses, como os grandes auditórios da Fundação Calouste Gulbenkian, do CCB, da Casa da Música e do Teatro Nacional de São Carlos. Sob a direcção de maestros como Ton Koopman, Lawrence Foster, Simone Young, Donato Renzetti, Mathew Halls, Enrico Onofri, Christoph König, Nicholas Kraemer, Carlos Mena, Jorge Matta, interpretou obras como Jeanne d’Arc au bûcher de Honegger, as várias Paixões e cantatas de Bach, O Messias de Handel, entre inúmeras outras. Com a Orquestra Barroca Divino Sospiro (dir. Enrico Onofri e Massimo Mazzeo), actuou nos festivais de Ile de France, Ambronay, Mafra e Varna. Mais recentemente, actuou em várias cidades espanholas com o Ludovice Ensemble (dir. Miguel Jalôto).
Para breve está o papel-título Armida de Myslivecek com a Orquestra Metropolitana, sob direcção de João Paulo Santos, um concerto com o Ludovice Ensemble integrado na programação dos Dias da Música do CCB e o lançamento de Il Trionfo d’Amore pela Naxos.
Cátia Moreso, meio-soprano, estudou no Conservatório Nacional e na Guildhall School of Music and Drama (Curso de Ópera), em Londres, onde obteve a licenciatura em canto e o grau de Mestre. Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e do Lionel Anthony Charitable Trust, estudou no National Opera Studio com Susan Waters. Venceu o 2º Concurso de Canto da Fundação Rotária Portuguesa e recebeu também o Prémio Bocage no Concurso Luísa Todi e o 1º Prémio no Concurso de Canto José Augusto Alegria.
O seu repertório de ópera inclui, entre outros, os seguintes papéis: La Cieca, em La Gioconda de Ponchielli (Valladolid, Espanha); Giano, em Il Trionfo d’Amore, Dianora e Elisa em La Spinalba de F. A. de Almeida; Hanna Wilson/Tracy, em The Losers de Richard Wargo; 3ª Dama, em A flauta mágica (Festival de Wexford); 2ª Bruxa e Espírito, em Dido e Eneias; Giovanna, em Rigoletto; Baronesa, em Chérubin de Massenet; Madame de Croissy e cover de Mère Jeanne, em Dialogues des Carmélites; Zanetto, na ópera homónima de Mascagni (Opera Holland Park), Carmella, em La vida brevede Falla (Festival de Tanglewood); Marcellina, em As bodas de Figaro; e Carmen (Woodhouse, Londres).
Cantou em concerto, como solista, obras de Vivaldi (Gloria e Magnificat), Pergolesi (Stabat Mater e Magnificat), Rossini (Stabat Mater e Petite messe solennelle), Bruckner (Te Deum e Missa nº 3) bem como o Magnificat e a Oratória de Natalde J. S. Bach, a Missa de Nelson de J. Haydn e os Requiem de Mozart, Duruflé e Verdi (Clonter Opera, Londres).
No domínio da música contemporânea, cantou as Canções Populares de L. Berio, Aventures de G. Ligeti e foi solista na estreia de Cicero Dixit de C. Bochmann.
Marco Alves dos Santos, tenor, licenciado em canto pela Guildhall School of Music & Drama como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, inicia a sua carreira como solista profissional em 2003 nos “Jeunes Voix du Rhin” (Opéra National du Rhin-França) onde dá vida, entre outras, às personagem de Tamino (Zauberflöte) e Mr. Owen (Postcard from Morocco) de D. Argento. Papéis posteriores incluem Tristan em “Le Vin Herbé” de F. Martin (Teatro Aberto), Leandro em “La Spinalba” (Casa da Musica) Orphée em “La descente d’Orphée aux Enfers”(Fest. Vigo e Fest. Obidos), Cavaliere em “La Donna di Genio” de M. Portugal (Faro) e Ernesto em “Don Pasquale” (Orq. do Norte). Fez parte do elenco de “Evil Machines” de T. Jones/L. Tinoco (São Luiz). Foi Anthony em “Sweeney Todd” (D. Maria II/Teatro Aberto, dir. J.P.Santos) e Nathanael em “Les Contes d’Hoffmann” para o TNS.Carlos tendo ainda participado em concertos e recitais em Portugal, França, Itália e Reino Unido.
Do repertório sinfónico destacam-se concertos com a Orq. Gulbenkian, Remix Ensemble, Orq. Metropolitana de Lisboa, O.S.P., Orq. do Algarve, Orq. Fil. das Beiras, Orq. Clássica de Espinho, Orq. do Norte, Orq. Sinfónica Juvenil e Divino Sospiro, tendo actuado na Fundação Gulbenkian, CCB, Casa da Música, Coliseu do Porto entre outros.
Em 2009 estreou o papel de Duca di Mantova em “Rigoletto” no Festival de Óbidos e fez parte do elenco do programa de Jovens Interpretes do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) com vários papéis na Temporada Lírica 2009/2010, incluíndo Il Principe em “Bella Dormente nel Bosco” de Respighi e Die Hexe-A Bruxa em “Hansel & Gretel” de Humperdinck. Em 2011/2012 estreou-se como Ferrando em “Cosí fan Tutte” (Ensemble Contemporaneus), foi Monostatos em “Zauberflöte”(2011) e El Remendado em “Carmen”(2012) ambos no Seefestspiele em Berlim (GER), e estreou Prunier em “La Rondine” (Puccini) TNSC. Em 2013 foi Gastone em“La Traviata”, Borsa em“Rigoletto”(TNSC), Kornélis em “La Princesse Jaune” de C. Saint-Saëns, Pierre em “The Wandering Scholar” de G. Holst. (Ensemble Contemporaneus) e The Governor / Vanderdendur / Ragotski em “Candide” de L. Bernstein (TNSC). Apresentou-se também em concerto nas Galas Verdi do TNSC e da Orq. Sinfínica Juvenil bem como em “Les Beatitudes” (Cesar Franck) com a Orq. Sinfónica Portuguesa no CCB. No presente ano reencarnou Ferrando com a Orq. Metropolitana e foi Nearco em “Poliuto” tendo ainda participado na Homenagem a Eliabete Matos como Spoletta em “Tosca” e Altoum em “Turandot” ambos no TNSC. Compromissos em 2015 incluem a ópera “Armida” de Myslivecek (Orq. Metropolitana) e Malcolm em “Macbeth” (TNSC).
Job Tomé, barítono, natural de Matosinhos, foi estimulado para a prática da música por seu pai vindo a prosseguir os seus estudos no Conservatório de Música do Porto. Licenciado e Mestrado em Canto pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto (ESMAE). Integrou o grupo dos cantores residentes do Estúdio de Ópera da Casa da Música; na componente formativa do Estúdio, trabalhou com conceituados nomes do canto, da encenação e direcção. Tem-se apresentado em ópera, oratória e em recitais com várias orquestras em Portugal e França, Espanha, Bélgica, Itália, Roménia, Eslovénia, Cabo Verde, Moçambique. Foi premiado pela Fundação Rotária Portuguesa, com o 1º prémio, melhor Lied e melhor canção portuguesa, pela (ESMAE) obteve o prémio Helena Sá e Costa. Obteve ainda o segundo prémio, e melhor interpretação de canção portuguesa no concurso Luísa Todi. Em França integrou o Centre National d’Artistes Lyriques de Marselha (CNIPAL) e a Academia do Festival de Ópera de AIX-en-Provence no qual tem sido presença regular em ópera. É professor de Canto na Academia de música de Viana do Castelo (AMVC) e Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
António Durães, encenador, nasceu na Figueira da Foz em Março de 1961 e vive em Braga desde 1986. Estudou teatro na Escola de Formação Teatral do Centro Cultural de Évora, sendo actor profissional desde 1984.
Desde 1995 que trabalha como encenador, tendo realizado diversos espectáculos para a Companhia de Teatro de Braga, como O Fetichista, de Michel Tournier, O Arquitecto e o Imperador da Assíria, de Fernando Arrabal, Póquer na Jamaica, de Evelyne Pieiller, todos no Teatro Circo, ou O Doido e a Morte, de Raul Brandão, e A Estalajadeira, de Carlo Goldoni, no Espaço Alternativo PT. Encenou ainda Peça com Repetições, de Martin Crimp, no Teatro Carlos Alberto (Porto) e no Centro Cultural de Belém (Lisboa), ou Terror e Miséria no III Reich, de Bertolt Brecht, Esta Noite Improvisa-se, de Pirandello, e As Bodas de Fígaro, de W.A. Mozart e L. Da Ponte, no Teatro Helena Sá e Costa (Porto).
No Teatro Nacional S. João dirigiu Teatro Escaso, uma espécie de espectáculo teatral a partir de poesia sobre teatro. Ainda para o Teatro Nacional S. João realizou o musical (café-concerto) Variações Sobre a Perversão, com direcção musical de Luís Pipa. Para o grupo Mão Morta encenou Maldoror, espectáculo realizado a partir de excertos de Os Cantos de Maldoror, do Conde de Lautréamont. Com o pianista Luís Pipa gravou, em 1999, um disco de canções de cena intitulado Marcha Para Dois Vapores. Para o Teatro Nacional S. João co-dirigiu com João Reis, Carlos Gomes e Ricardo Pais o projecto Os Sons Menina – Teatros Radiofónicos, que consistiu em gravar curtas prosas, editadas posteriormente em CD.
Durante muitos anos, integrou a equipa da Rádio Universitária do Minho. Integra o colectivo Sindicato de Poesia, em Braga, desde a sua fundação. É, desde 2000, professor da disciplina de Interpretação no Curso de Teatro da Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, do Porto.
Ana Gormicho, responsável pela cenografia e figurinos, nasceu em 1984, no Porto. É licenciada em Design de Cenografia pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (Porto). Realizou a cenografia com Daniel Teixeira – Mundo Mesa – a partir de O Mundo é uma Mesa, Será? com a direcção de Miguel Cabral. Como bailarina participou no projecto de dança contemporânea Ex: Posição Em Paralelo, com coreografia de Diana Amaral. Realizou adereços para um teatro infantil no âmbito da Higiene Oral com a direcção de Matilde Barroso.
Realizou juntamente com Daniel Teixeira a cenografia de Tu acreditas no que quiseres – encenação de Manuel Tur – A Turma. Na ESMAE, trabalhou com Paulo Lages, com Rogério de Carvalho, António Durães e Fernando Mora Ramos.
Com Daniel T. projecta e realiza a cenografia de Os que sucedem com encenação de Manuel Tur e texto original de Luís Mestre – A Turma.
Realizou com Daniel T. o design e construção da cenografia para a curta metragem Perdido e Achado – realização de Victor Santos / Filmes da Mente. Criação e realização da cenografia para a capa do EP dos DEALEMA, uma colaboração com os fotógrafos André Henriques e João Freitas. Trabalhou com Daniel T. no design e construção da cenografia do spot publicitário – Zon Criatividade – realização de Nuno Rocha – Filmes da Mente. Recentemente trabalhou com o Teatro do Frio – Utópolis – em design e construção da cenografia com Daniel Teixeira.
Membro fundador da Companhia A Turma.
Rui Simão, responsável pelo desenho de luz, nasceu em Lisboa, em 1971. Entre 1993 e 2000, integrou a equipa técnica do Centro Cultural de Belém, onde desempenhou funções de chefe de equipa do departamento de Luz. Em 2000, integra a equipa técnica do TNSJ como responsável pela equipa de Luz e adjunto da Direcção Técnica. Em 2008, assume as funções de Director de Palco do TNSJ. Em 2006, realizou o seu primeiro trabalho de desenho de luz no TNSJ, para o ciclo O Piano Agarrado pela Cauda, concertos de Mário Laginha, Bernardo Sassetti e João Paulo Esteves da Silva. Assinou, posteriormente, o desenho de luz do concerto de Rabih Abou-Khalil Group com os fadistas Ricardo Ribeiro e Tânia Oleiro (2007); do espectáculo Beiras, três autos de Gil Vicente, enc. Nuno Carinhas (2007); de O Café, de R.W. Fassbinder, enc. Nuno M Cardoso (2008); de Tambores na Noite, de Bertolt Brecht, enc. Nuno Carinhas (2009); de Emilia Galotti, de G.E. Lessing, enc. Nuno M Cardoso (2009); e de Sombras, enc. Ricardo Pais (2010); de Gertrude, de William Shakespeare, enc. Simão do Vale.
Mário Gajo de Carvalho nasceu no Porto. Tem quatro cursos superiores completos nas áreas das Artes Visuais e do Cinema. Já participou em cerca de vinte e cinco curtas-metragens de Ficção, Documentário e Animação e quatro longas-metragens. Os Milionários, a sua segunda curta-metragem de animação, estreou e foi premiada no IndieLisboa em 2011 e foi exibida em diversos festivais internacionais. Actualmente encontra-se a desenvolver um novo projecto de animação e vários projectos de documentário.