Duarte Lobo (1564? ~ Lisboa, 1646) estudou com Manuel Mendes na claustra da Sé de Évora. Tornou-se mestre de capela no Hospital Real em Lisboa, sendo também, entre cerca de 1591 até pelo menos 1639, mestre de capela na Sé da mesma cidade. Para além destes cargos, também ocupou o posto de director do Seminário de São Bartolomeu. Ensinou na claustra da Sé de Lisboa, contando-se entre os seus discípulos nomes como os de António Fernandes, João Álvares Frouvo, Fernando de Almeida e Manuel Machado, entre outros. Lobo publicou duas edições de cantochão, a Ordo amplissimus precationum (Lisboa, 1603) e o Liber processionum… (Lisboa, 1607), destinados às comunidades religiosas locais. Publicou também na célebre Oficina Plantiniana, em Antuérpia, quatro volumes de polifonia: Opuscula… (1602), contendo dois sets dos responsórios de Natal a quatro e oito vozes, uma missa a oito vozes e vária música mariana para oito a onze vozes; Cantica Beata Mariae Virginis (1605), contendo versos ímpares e pares do Magnificat nos oito modos eclesiásticos; Liber Missarum… (1621), com missas paródia sobre motetes de Francisco Guerrero e Giovanni P. da Palestrina para quatro a oito vozes e o Liber secundus Missarum… (1639), com missas para quatro a seis vozes. Para além destas obras sobrevive ainda em manuscrito um hino Gloria, laus et honor. No catálogo da biblioteca musical de D. João IV existe referência a várias outras obras de Lobo, entretanto perdidas.
Luís Henriques